segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Queria respostas, mas só tinham perguntas

Como você sabe que o que você sente é de verdade?
Como você sabe que não se trata de uma armadilha da sua cabeça, ou do seu coração?
Eu penso e penso, tentando achar os 7 erros.
Mas é tão dificil enxergar a diferença.

Como você sabe que gosta da pessoa pelo que ela é e não por não querer estar mais sozinho?
Não é medo da solidão, é cansaço.
É vazio.
É falta. É frio.
E a pessoa está ali, diante de você.
Segurando um buquê de promessas e uma caixa de possibilidades.
E parece tão simples.

Simples demais.

Como eu sei que me apaixonei por quem ela é e não pela versão que criei em minhas fantasias?
Será que ela sequer existe?

Como você sabe que o sentimento de que algo não está certo, ou de que algo está faltando, se deve ao seu medo de arriscar e perder e não a natureza real do sentimento em si?
Até que ponto é medo?
E quando vira bom senso?
E qual é a diferença?

Como você sabe quem é o mocinho e quem é o bandido, quando o mocinho é cego e egoísta e o bandido é covarde e cheio de motivos para ser o que é?
(O mocinho é o coração, o bandido é a razão).

Eu penso e penso
e penso

e talvez esse seja o problema
Escuto você me dizendo que eu penso demais
Se deixe levar, se deixe sentir...
Mas eu não me deixo.

Eu não sei nadar e tenho medo de me afogar.
Mais do que isso, temo arrastar o outro para as profundezas junto comigo.

Descaso com o meu coração talvez eu fosse capaz de suportar.
Na teoria, mais do que na prática, reconheço.
Ainda assim,
uma das verdades é que eu sobreviveria a ter meu coração partido.
Como mais um capítulo na vida eu apenas recolheria os pedaços e seguiria em frente
Me distrairia com músicas, contos, palavras e versos.
Colocaria um band-aid e deixaria as lágrimas secarem ao vento.

Mas como você faz quando você se importa mais com o coração do outro do que com o seu?
Quando a possibilidade de se ver em pedaços é quase mais um fato da vida.
Mas a idéia de ser responsável por quebrar o outro é mais do que se pode suportar.
É o suficiente para que você não ouse arriscar.
Ou seria essa mais uma desculpa?

O que isso diz sobre o que você sente?
Quem fala mais alto?
E quem o silêncio esconde?
Aquilo que você não ousa admitir sequer em pensamentos.

O que isso diz sobre mim?
E o que quer dizer?

Dizem que quando você sente, quando é de verdade, você sabe.

Como você sabe?