quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Voz de Veludo

Gosto de vozes de veludo.
Tão diversas à minha própria voz.
Tão suave aos ouvidos.
Tão próximas da alma, que dá pra senti-las escorrendo como calda quente dentro do nosso corpo.
Um sentimento sempre bem vindo em noites frias, noites vazias, todos os dias.
Sempre.


...

"I sat down and wrote this letter
Telling you that I felt better
Since you'd gone and I was free
I'm so happy


I have so little time to spare now
I'm wanted almost everywhere now
I make out like Casanova
Friends are always coming over


I signed my name as if I meant it
Sealed it with a kiss and sent it
The letter had improved my mood
Happy in my solitude


But halfway home I changed my tune
And when I saw my lonely room
The mirror caught my eye
When I sit down I cry


Big lie, small world
Big lie, small world


I had to intercept that letter
Telling you that I was better
I raced to catch the postman's van
He was leaving as I ran


I miss the bus I miss the train
I end up walking in the rain
Big dog chased me down the street
I hadn't had a bite to eat


Feeling sorry for myself
Wishing I was someone else
I walked across the city
'Cause I couldn't stand your pity


Big lie, small world
Big lie, small world


The place you live looks opulent
And obviously a higher rent
Than our cosy little room
I had this sense of doom


The landlord says you're out of town
That your new boyfriend's always around
The hour was getting late
So I sit down and wait


Here's the postman with my letter
Coming down the path, he'd better
Give that thing to me
I have to make him see


Begging doesn't do the trick
He thinks that I'm a lunatic
And then who comes upon the scene
But your new boyfriend Mr. Clean


I hit the postman, hit your lover
Grabbed the letter ran for cover
The police arrived in time for tea
Said they'd like to question me


I can only curse my fate
I have to face the magistrate
It hasn't been the best of days
I'd like to fly away


Big lie, small world
Big lie, small world"

Big lie, small world - Sting

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fear not my child

É engraçado como as crianças acham que os adultos são bravos e fortes.
Como elas acreditam que eles (opa, nós) não tem(os) medo de nada.
É irônico.
Porque a impressão que eu tenho é que quanto mais velhos ficamos,
é maior o medo que sentimos.
Como se antes ele fosse uma participação especial,
e passasse a integrante fixo.
Presente em todos os momentos.

Medo de ser invisível.
De ser um João Ninguém,
Ou de ser um alguém horrível.
De amar.
De perder.
De morrer.
De morrer sem amar.
Medo de solidão.
Medo de multidões.

Medo de crescer
Medo de envelhecer.
De ser jovem e ter uma vida inteira pela frente sem se ter idéia do que fazer com isso. (E o que eu faço com isso?)
Medo do desconhecido
Do que é diferente
Do estranho e do estrangeiro
Medo de si
De ser muito,
Ou muito pouco.
Medo dos outros
Do que são capazes de fazer com os outros ou incapazes de fazer pelo outros.
Medo da violência
Medo da miséria
E da infelicidade
Medo de virar mendigo (uma mistura de violência, miséria e infelicidade perturbadoramente paupável que pode ser encontrada em qualquer esquina)

Insegurança, que é outro medo:
De depender dos outros
De não ter ninguém com quem contar
De não ter ninguém para conversar
De nunca ser realmente ouvido
De não ter nada pra falar
De nunca ser descoberto
De nunca SE descobrir
Medo de ouvir não.
E de dizer: não!

Medo de não ser amado
Medo de não ter motivos para ser amado.
Medo de que não exista esse ou qualquer amor.
Medo de que seja tudo uma simples fantasia do homem em busca de um conforto para seus medos.

Medo da morte
Medo dos mortos
Medo dos vivos
Medo de decepcionar
De SE decepcionar
Medo do tempo perdido
Medo de tudo.
O tempo todo.
Medo do medo não acabar nunca.
Medo do que vem depois do nunca.
Medo da eternidade.
Medo que é maior do que o próprio medo.
E maior do que o próprio mundo.
E ainda maior do que o próprio homem.

Os monstros que as crianças temem moram debaixo da cama, no fundo de armários. Sótãos, cavernas, imaginação.
Atacam somente no escuro (especialmente em noites de tempestade e solidão).
Esse medo vai embora quando o sol nasce, ou quando a luz é acesa.
Quando um espaço a mais é liberado em meio aos lençóis dos pais.

"Posso dormir aqui essa noite?"

O que um adulto vai perguntar?

"Posso dormir aqui para sempre?"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

True Love

Ele diz: "Mãe, a senhora está chegando à beira da morte"
Ela responde: "Mas é claro. Estou com 86 anos, você queria que eu estivesse à beira de que? Da piscina??"


Um prato cheio de humor é alimento para toda uma vida.

É por isso que eu amo o humor.
E acho que ele me ama também. (Embora ele insista em dizer que é só diversão)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Reveses

Só porque você não sabe o quer,
não quer dizer que você não saiba o que não quer.

Só porque você não sabe aonde quer chegar,
não quer dizer que você não saiba o caminho.

Só porque você não diz,
não quer dizer que você não sinta.

Só porque ninguém mais vê,
não quer dizer que seja menos real para você.

Só porque o tempo passou,
não quer dizer que você esqueceu.

Só porque a dor te marcou,
não quer dizer que você não perdôou.

Só porque alguém errou,
não quer dizer que você também vá errar.

Só porque você conheceu alguém,
não quer dizer que o mundo inteiro irá parar.

Só porque seu coração se partiu,
não quer dizer que nunca mais será capaz de amar.

Só porque você apostou e perdeu,
não quer dizer que não vale a pena sonhar.

Só porque você cansou,
não quer dizer que tenha acabado.

Só porque você não disse adeus.
Porque não gostou
Porque ainda não entende
Porque não se divertiu
Porque não é capaz de aceitar
Porque não gostaria que fosse assim
Porque não aproveitou o suficiente
Porque pediu
Porque não foi atendido
Porque esqueceu
Porque não ainda não conseguiu esquecer
Porque se arrependeu

Não quer dizer que tenha volta.
O mundo continua.
Dia após dia.
Hora após hora.
Ano após ano.
2008 ontem
2009 agora.

E que venha.
Porque se o ano velho foi de reveses
Não significa que esse não seja de sorte.