segunda-feira, 7 de abril de 2008

The Pursuit of Happyness

Nós crescemos enganados.
Pelo Papai Noel pardo.
Pelas ilusões criadas pelo mágico.
Pelo louco que não tem um saco e nem faz coleções de criancinhas.

Nós sabemos que não é fácil.
Que a grama do vizinho é mato.
Que os filmes são ilusões de fato.
Que a felicidade não mora ao lado e nem se encontra no fim do arco-íris junto de um pote de ouro.

Nós carregamos o fardo
De esperanças que uma vez plantadas, desapontam
Sonhos que não se realizam
Desilusões que nos são familiares
E ainda assim
No fundo
Mas não tão no fundo
As pessoas vivem para o final feliz.
O final presente em cada conto de fadas que sabemos não ser de verdade, e que ainda assim esperamos que aconteça.
Mas que não vai acontecer.
Não do jeito que fantasiamos.
Não dentro das expectativas que criamos.
Porque nós, humanos, temos uma tendência certa a insatisfação.

Não me entenda mal.
Todos querem ser felizes e acreditam nisso.
Algumas pessoas piamente.
Algumas pessoas até se esforçam de verdade.
Outras esperam que aconteça naturalmente,
Que a tal felicidade caia de presente no colo
Que seja fruto de devoção a um ser superior
Que seja fruto de uma vida cheia de significados.
Que seja eterna enquanto dure, mas mais do que isso.

Mas no fim, o que encontramos é uma eterna busca pela satisfação plena.
Que não acho que exista
Não da forma que a idealizamos.
Nada de finais felizes para sempre como nas histórias de Walt Disney.
E novamente, não me entenda mal.
Eu acredito sim em felicidade.
Momentânea.
E logo, também em conjuntos de momentos felizes.
Mas encaremos os fatos, as coisas não chegam a ser realmente perfeitas.
E esses conjuntos dificilmente serão constantes.
Porque nada nessa vida é perfeito.
Nada que vemos ou tocamos.
Não o que somos ou amamos.
Nada, nem ninguém o é.

Diante disso, desistir parece fácil.
E de fato, é.
Mais fácil, porém não mais válido.
Menos arriscado, mais simples.
Mais certeiro, mas não menos errado.
Porque ao desistir abrimos mão dos pequenos milagres.
Dos momentos de explosão de fogos de artíficio dentro do peito.
De corações aquecidos e gargalhadas musicais.
De solidão aconchegante.
De adrenalina vibrante e de quietude divina.

O que está em jogo não é a busca pela felicidade.
Ela não é um pacote, um presente.
Que se compre em uma loja ou se ganhe no Natal.
Mas sim um conjunto de pequenas coisas que preenchem a vida.
De sentido, de alegria.
Se não apagando o que não é bom, pelo menos amenizando o que tem de ruim, de amargo, de triste.

Deixemos de lado as insatisfações e desagrados.
Cabe a nós conseguir o melhor conjunto de imperfeições.
Ou algo parecido
Algo que faça sentido.
Ou que simplesmente nos faça sorrir.
E seguir.