quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

férias!

cansei

cansei

cansei

de pessoas
do trabalho
de trabalhar com pessoas
de pessoas que dão trabalho

cansei de tudo
cansei dos outros
cansei de mim

preciso de sono
preciso de tempo
tempo livre
liberdade
escrever
preciso escrever
nada de surrealismo e de homens e máquinas
adeus lacan,
até logo até nunca mais ... não mais

quero música
letras
livros
bobagens
preguiça

quero comida gostosa
noites frescas
amigos, meus amigos queridos
saudades não mais

quero férias da vida
pra não querer matar.
pra não querer me matar.
pra somente viver
e deixar estar
e deixar ser
e deixar sentir
e poder respirar.

quero férias.
pra ontem
pra hoje
pra amanhã

não quero apenas
preciso.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

The Goal

“And happiness in the face of horrible is not the goal. Feeling the horrible stuff and knowing that you’re not gonna die from the feelings? That’s goal.” - Drª. Wyatt (Grey's Anatomy)

Traduzindo:

"E felicidade diante do mais terrível não é o objetivo. Sentir tudo o que é terrível e saber que não se vai morrer por sentir isso? Esse é o objetivo."

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Quem disse que a TV não ensina nada de construtivo?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tenho saudades de tudo

há nem tanto tempo assim tive a oportunidade de assistir Fernanda Montenegro e sua narração na cena final de Central do Brasil mais uma vez.
e lembrei, como lembro todas as vezes que penso nesse filme, dessa fala que é mais significativa para mim do que livros inteiros foram em toda uma vida.


"tenho saudades de meu pai. tenho saudades de tudo."


o contexto não compartilho com a personagem.
ela fala de um pai que a decepcionou em vida
eu me refiro a um pai que foi levado pela morte
ela sente falta de sua vida como era
eu sinto falta de tudo o que foi, mas principalmente do que poderia ter sido
ela tem lembranças com gosto amargo
eu prefiro contar piadas; chocar à chorar
ela é ficção
eu não

eu não.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Me disseram que acordei espirituosa...

.Liv diz:
e como tu tá guri do sul?

® moztro/ diz:
morrendo de tanta coisa

.Liv diz:
antes isso do que morrer de tédio

® moztro/ diz:
nunca tive tanta coisa para fazer

® moztro/ diz:
serio

.Liv diz:
hmm... garotinho bem sucedido. assume aê, vc virou garoto de programa. q

® moztro/ diz:
QQQQ

® moztro/ diz:
capaz

.Liv diz:
capaz é gíria do sul. vc foi corrompido.

® moztro/ diz:
HUAOHAUIHAUI

® moztro/ diz:
maz eu ja falava

® moztro/ diz:
:)

.Liv diz:
já estava corrompido então

® moztro/ diz:
perdi o imennmmmm

® moztro/ diz:
Q

.Liv diz:
coloca um aviso nos classificados: "Procura-se imennmmm perdido. Estava escuro na última vez que tive notícias dele. Meus pais oferecem recompensa"







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saudades dos amigos dos amigos meus

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem me conhece

Como parte essencial de mim encontram-se meus vícios.
Não tenho muitos.
Não do tipo tradicional ao menos.
Não fumo porque a garganta queima.
Não bebo porque o estômago se vinga
E porque quem me conhece sabe que eu não preciso beber pra sair do sério.
Não sou chegada em drogas
Elas é que chegam até mim. (Rá! Te peguei mãe. P-gadin-ha)

O que vira a minha cabeça são as letras.
Escritas ou cantadas.
Se eu faço Letras?
Não, prefiro a tradução em imagens.

Apesar de sempre saber o que fazer em um ambiente de trabalho,
eu raramente sei o que fazer em matéria de croissant. (porque escrever coração é ainda mais brega do que pensar nele como opção - assim declaro croissant seu substituto francês, chique e distante em termos de nomenclatura e sentido. Embora os dois possam ser facilmente despedaçados.)

Levar as coisas a sério eu também sei.
Mas evito.
Prefiro uma risada que encha os olhos de lágrimas
Do que um rosto molhado esboçando um sorriso forçado.

Nem sempre sei ouvir apenas.
A língua maior do que a boca interrompe meus melhores momentos.
Mas eu estou sempre ali, de braços abertos. Pronta pra falar a coisa mais inapropriada ou a verdade que ninguém mais quer ouvir. À espera de um silêncio cheio de tensão e simplesmente perfeito para ser quebrado por uma piada infame.
Pois essa sou eu, senhoras e senhores, a rainha das inconvêniencias. Da falta de tato, de vergonha ou bom senso.

Sou teimosa, mas prefiro obstinada.
Ciumenta, mas considero cuidado.
Tagarela, mas disfarço com espirituosidade.

Minha memória é seletiva.
Meus gostos musicais duvidaveis.
Meu cabelo é rebelde.

Gosto de faixas coloridas (que prendem os cabelos rebeldes)
De chocolate quente
Sapatos confortáveis e
Livros
Muitos livros.

Não funciono sob pressão.
Não simpatizo com facilidade.
Não suporto ignorância.

Sou um personagem disfuncional em meio a um mundo disfuncional.
E ofereço a todos que conheço e que por algum motivo amo,
um pedaço de mim.

Se você é uma dessas pessoas, pode escolher um pedaço.
Mas já aviso, os rins já foram doados.
E o coração, este já não me pertence.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ilustríssimo Veríssimo

"Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic."


Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O espetáculo

A gente nasce com uma única certeza, a morte.
A gente cresce até nossos limites por fora e se despedaça por dentro.
A gente morre com uma única culpa chamada arrependimento.
Por vezes com hora marcada, outras e tantas de supetão.
A gente esquece com a benção de um novo dia.
A gente lembra com saudade do que passou,
com nostalgia por uma ilusão deformada dos acontecimentos passados.
A gente sofre como se cada dor fosse a maior e a mais forte.
A gente ama com medo de perder.
A gente perde por medo de amar.
A gente se fecha e desacredita.
A gente perdôa e oferece a outra face.
E toma mais um tapa.
A gente erra porque tem visão limitada, porque quer acreditar no que não é de verdade.
A gente acerta por engano e sorte.
A gente não faz amigos, os verdadeiros já eram seus amigos, vocês só não haviam se encontrado ainda.
A gente faz inimigos por tudo aquilo que é dito quando não quer ser ouvido.
A gente se apaixona porque o coração que é apenas um pedaço de carne inanimado não deveria ser responsável por algo tão raro.
E sofre porque nenhum sentimento é imune as mutações impostas pela vida real.
A gente se desaponta porque tem expectativas.
E se surpreende quando espera o desapontamento.
A gente dança porque as vezes as pernas escapam ao controle de nossa censura.
E ri porque as vezes é preciso, para derramar alegria, para ludibriar os estranhos, para camuflar as lágrimas.
A gente chora porque as vezes a tristeza é grande demais e transborda.
A gente continua porque
porque...
por quê?
.
.
.
Porque as cortinas estão abertas e o espetáculo ainda não acabou.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

The Pursuit of Happyness

Nós crescemos enganados.
Pelo Papai Noel pardo.
Pelas ilusões criadas pelo mágico.
Pelo louco que não tem um saco e nem faz coleções de criancinhas.

Nós sabemos que não é fácil.
Que a grama do vizinho é mato.
Que os filmes são ilusões de fato.
Que a felicidade não mora ao lado e nem se encontra no fim do arco-íris junto de um pote de ouro.

Nós carregamos o fardo
De esperanças que uma vez plantadas, desapontam
Sonhos que não se realizam
Desilusões que nos são familiares
E ainda assim
No fundo
Mas não tão no fundo
As pessoas vivem para o final feliz.
O final presente em cada conto de fadas que sabemos não ser de verdade, e que ainda assim esperamos que aconteça.
Mas que não vai acontecer.
Não do jeito que fantasiamos.
Não dentro das expectativas que criamos.
Porque nós, humanos, temos uma tendência certa a insatisfação.

Não me entenda mal.
Todos querem ser felizes e acreditam nisso.
Algumas pessoas piamente.
Algumas pessoas até se esforçam de verdade.
Outras esperam que aconteça naturalmente,
Que a tal felicidade caia de presente no colo
Que seja fruto de devoção a um ser superior
Que seja fruto de uma vida cheia de significados.
Que seja eterna enquanto dure, mas mais do que isso.

Mas no fim, o que encontramos é uma eterna busca pela satisfação plena.
Que não acho que exista
Não da forma que a idealizamos.
Nada de finais felizes para sempre como nas histórias de Walt Disney.
E novamente, não me entenda mal.
Eu acredito sim em felicidade.
Momentânea.
E logo, também em conjuntos de momentos felizes.
Mas encaremos os fatos, as coisas não chegam a ser realmente perfeitas.
E esses conjuntos dificilmente serão constantes.
Porque nada nessa vida é perfeito.
Nada que vemos ou tocamos.
Não o que somos ou amamos.
Nada, nem ninguém o é.

Diante disso, desistir parece fácil.
E de fato, é.
Mais fácil, porém não mais válido.
Menos arriscado, mais simples.
Mais certeiro, mas não menos errado.
Porque ao desistir abrimos mão dos pequenos milagres.
Dos momentos de explosão de fogos de artíficio dentro do peito.
De corações aquecidos e gargalhadas musicais.
De solidão aconchegante.
De adrenalina vibrante e de quietude divina.

O que está em jogo não é a busca pela felicidade.
Ela não é um pacote, um presente.
Que se compre em uma loja ou se ganhe no Natal.
Mas sim um conjunto de pequenas coisas que preenchem a vida.
De sentido, de alegria.
Se não apagando o que não é bom, pelo menos amenizando o que tem de ruim, de amargo, de triste.

Deixemos de lado as insatisfações e desagrados.
Cabe a nós conseguir o melhor conjunto de imperfeições.
Ou algo parecido
Algo que faça sentido.
Ou que simplesmente nos faça sorrir.
E seguir.

sexta-feira, 14 de março de 2008

To Liv 'n Let go for

Mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.
Um blog.
Um blog só meu.
Pra escrever, divagar, me entreter, desabafar... sei lá.

A minha sugestão para quem se dispor a ler esse blog é fruto de toda uma experiência de vida (a minha) e se inspira na recomendação que a minha melhor amiga sempre faz quando me apresenta a alguém novo: "Oi, essa é a Livia e não. Não é pessoal."

E não é mesmo.
Quase sempre não é.
Difícil entender?
Deixa eu tentar explicar.
Existem convenções a serem seguidas para qualquer pessoa que se disponha a viver em harmonia na sociedade.
Alguns chamam de boa educação.
Outros de bom senso, diplomacia, hipocrisia, puxa-saquismo... são tantas as opções.
Alguns acreditam que é absolutamente indispensável para que se possa viver bem.
Outros acham que é pura perda de tempo.
E há ainda aqueles que não tem a mínima paciência.

Eu me encaixo no último grupo.
Embora tenha certa afinidade com aqueles que consideram perda de tempo.
Sim a minha mãe me deu educação, roupa lavada e tudo o mais.
Mas falando sério, quem agüenta?
Gente chata, sem graça, que não tem nada a dizer, nada de bom.
Gente inoportuna, que acha que te conhece, que acha que é interessante, que acha que você está interessado.
Gente que te fala sobre coisas que você não quer ouvir, assuntos dos quais você não saber.
Gente.

Eu tenho um sério problema com gente.
Pessoas em geral.
Como eu disse antes,
nada é pessoal.
E talvez isso mude se eu te conhecer melhor.
Mas talvez não.
Sem mágoas e ressentimentos.
Sem cobranças e pedidos de desculpas jogados ao vento tamanho o peso de seu significado.

O que eu tenho a dizer é isso.
O que quer que eu diga,
Aonde eu chegar,
Seja como for,
Independente do que eu falar,
não é pessoal.


Até porque...
Se for, eu aviso.